DIÁRIO ONLINE (11/5/2010)
Mapa trará o Raio X do crime
11/5/2010
O levantamento feito diariamente pelo jornal sobre os homicídios poderá ser visto por leitores na internet
Os leitores têm acompanhado, nos últimos meses, as contundentes denúncias do Diário do Nordeste sobre o aumento exponencial no número de homicídios ocorridos na Região Metropolitana de Fortaleza em 2010. Seguindo a linha dos principais jornais do País, que mostram a apreensão e preocupação das pessoas pelo estado crítico vivenciado nos maiores centros urbanos, o Diário inova e mostra através de um mapa revelador em seu site (www.diariodonordeste.com.br), não apenas a frieza dos números, mas a localização dos 647 ocorridos em Fortaleza e sua região metropolitana desde o início de 2010.
>> Confira aqui o mapa de homicídios do Diário do Nordeste
O serviço já está disponível na página inicial do Diário Online. Através do Google Maps, as mortes foram pontuadas de acordo com o endereço do fato ocorrido, com informações de data, hora, arma utilizada e nome da vítima.
Frequência
Com isso, é possível ao leitor ter uma referência dos bairros e localidades onde estão ocorrendo com maior frequência os homicídios, o que, além de se configurar como serviço público, serve como referência às autoridades para futuras políticas públicas sobre o tema.
Os dados que alimentam o mapa de homicídios do Diário do Nordeste são fruto do trabalho jornalístico da Editoria de Polícia. Por conta da dificuldade no acesso aos números oficiais, a equipe se impôs à tarefa de catalogar todos os assassinatos apurados na cobertura diária da violência.
Com a lista de todas as ocorrências dos quatro primeiros meses do ano e dos dez primeiros dias de maio, a equipe do Diário Online montou o trabalho de colocar no mapa cada homicídio apontado. O número de assassinatos cadastrados foi tão grande, até o presente momento, que a visualização dos assassinatos no mapa está dividida em páginas pelo Google Maps. Diariamente, as atualizações serão realizadas. O serviço também disponibilizará, a partir dos próximos meses, links com mais informações sobre os fatos que venham a ocorrer, além de imagens e vídeos. Dessa forma, poderá ser convergido o trabalho de jornalismo do Diário e dos outros veículos de comunicação do Sistema Verdes Mares.
Participação
O mapa dos homicídios abre também a possibilidade da participação dos internautas para sugestões a partir do lançamento do serviço. Com a participação da população e o trabalho de checagem da equipe de jornalismo, para que haja certificação da veracidade do fato, é possível ter a noção do quanto, como e onde a violência vem atingindo os habitantes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
O leitor deve enviar os dados (nome da vítima, arma utilizada, pontos de referência, data e horário do ocorrido, bem como seus contatos para confirmação) para diarioonline@diariodonordeste.com.br.
Todas as informações serão verificadas pela equipe do caderno de Polícia e depois catalogados pelos profissionais do Diário Online inclusive citando a fonte se assim for autorizado pelo remetente.
O número de assassinatos em alguns bairros de Fortaleza tem destacado as regiões negativamente. No mapa, os bairros que mais têm registros de homicídios são: Bom Jardim, Barra do Ceará, Barroso, Vicente Pinzón e algumas regiões do Município de Caucaia. A tendência é confirmada nos quatro primeiros meses do ano. Destes, o Bom Jardim é apontado como o principal bairro onde ocorrem homicídios na Capital. O problema foi relatado em matéria publicada no Diário, dia 3 de maio.
ESTUDO
Pesquisador ressalta a importância do trabalho
O estudo dos fenômenos da violência tem recebido cada vez mais atenção de pesquisadores. Há 15 anos, o Laboratório de Estudos da Violência (LEV), vinculado ao Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), observa atentamente o trabalho jornalístico de conteúdos policiais no Estado do Ceará.
Para o professor e pesquisador Ricardo Arruda, do LEV, o mapa do Diário do Nordeste se tornará um instrumento importante. "Esse trabalho que o jornal passa a fazer é um raio-x da situação que vivemos. É um reflexo da falta de políticas públicas nas comunidades mais carentes", avalia o professor.
Além disso, o mapa pode se tornar um suporte ao estudo dos principais especialistas do tema no Estado. O professor Ricardo Arruda acredita que a população também terá maior possibilidade de se informar à respeito da violência.
"Para o cidadão comum, é uma forma de saber as regiões onde se deve ou não passar em períodos noturnos. Além disso tudo, vai servir como subsídio para a Universidade, para os nossos trabalhos acadêmicos", afirma. Como pesquisador, Ricardo Arruda aponta a dificuldade de obter dados sobre a violência, a partir da pouca contribuição dos órgãos de segurança pública no Estado. "Não deveria haver nenhum tipo de barreira para sabermos números da violência, mas é difícil", avalia.
Visualizar Mapa dos homícidios em Fortaleza 2010 em um mapa maior